30 novembro 2024

Despe-me mas com calma

 Despe-me mas tem calma

Há material de  onde esse veio

Depois, fico sem alma

E peço-te  o recreio


Despe-me mas com calma

Deves ver pra onde vai

Se perco a calma, fico sem alma

Só deus sabe onde a terra cai


Despe-me mas devagarinho

Há material inflamável

Onde existir um cantinho, 

enrosca-te de mansinho

Sê o mais desejável


E se ao fim do mundo chegares

Saberás que lá passei

Despiste-me de todos os olhares

Que ao me lavares

Não sabemos o que serei


Bebe-me sem Medo

 Tu, que sabes do que beber

bebe-me sem medo

Deixa-me dar te o poder

Da tua sede entreter

Não bebas já , conto-te um segredo


Fui planeado por ricos e pobres

dos que andei a beber

Deixei-me de coisas nobres

Fui criado pra te ver


Da lua fiz eu nova companheira

Decidi interessar-me pela poesia

Tu, que me bebes, de toda a maneira

Entende que nem isso eu queria


Bebes-me mas com cuidado

Sou demasiado perigoso

Se fores calinado, deves-me ter em pecado

Sou do mais venenoso


Mas bebe-me que estás á vontade

Deixa os líquidos submergir

Dou-te a qualidade por isso sem piedade

Bebe-me até cair


Escreve-me no peito

 Escreve-me no peito

a palavra falada

Deixa-me sem jeito

No meio do nada


Escreve-me no peito

Diz-me que sim

Dá-me o direito

de ficar sem jeito

dá amor a mim


Escreve-me no peito

a palavra escrita

Dá-me papel e caneta

Faz a tatuagem bonita


Escreve-me no peito

sem arranhar

Diz-me palavras bonitas

pra no fim contigo ficar


Escreve-me no peito

podes ser taradinho

Entre as mamas deleito

Ser um poeta fofinho


Poema inspirado em "Casa" de Fernando Daniel

 A minha casa és tu

Que me deixas sem pensamento

A casa que eu vivo és tu

Senhora do meu tormento


A minha casa és tu

Dona do meu ser

Porque vives tu comigo

Para me fazer viver


A minha casa és tu

Maluca do meu interior

Só tu que vives comigo

És a casa do meu amor


A minha casa és tu

Que é doida, que palpita

És todas as paredes do meu coração

Que ao sonhar contigo , regurgita 


Dispo-me Para a liberdade

 Dispo-me para a liberdade

Tentando ser coerente

Livre de saudade

Do poder da mente


Dispo-me para a liberdade

De saber quem sou

Alguma reciprocidade

A uma entidade que voou


Dispo-me somente

A liberdade que espere

Ser quem sou mas que por si só mente

A alma que se desintegre


Dispo-me e faço disso poema

Porque não sei mais do que não escrever

Espera, é a liberdade de tema

Que me faz quase estar aqui a beber

Será que não é pra vencer?

Á procura

 Procura-se mas não se encontra

Que vale a pena procurar

Na descontra

De se ter e inventar


Procura-se mas vai de leve

A busca não tem fim

De ser no que se escreve

tal como se buscar se deve

Dar-se á Terra o seu jasmim


Procuro mas não sei o quê

Devia ter desistido de ter procurado

Sabe-se que o mal só existe pra quem vê (TV)

Desistam, descansem um bocado


E no fim tudo é achado


Hino á vontade divina

 Deus, onde estiveres , eu estou

Á procura de paz e serenidade

Que se faça do mundo sua vontade

E me dê sossego neste momento


Deus, onde estiveres, eu estou

Á procura de ti não sei por onde

A terra muitos segredos esconde

Para quem procura por onde eu vou


Deus, onde estiveres, eu estou

Incessantemente 

A busca de alguém contente

É a vida que me levou


Deus, onde estiveres, telefona-me

Porque para te encontrar é preciso deixar recado

No mundo de um torturado

É preciso ser-se louco para que possas ter telefonado


Deus, onde estiveres, exerce a tua vontade divina

Para que possamos encontrar-te sem medo

Na busca deste segredo

Existe vontade de menina