10 abril 2012

Poema a um cão que ladra

 

Cão, da vizinhança, que ladras tão bem que não te percebo

Comunicas como se fosses falante de palavras apenas para minha atenção

Os outros cães percebem-te

Mas eu e a minha família e as outras como somos cães da maior espécie

Não percebemos, ou fingimos que o fazemos

 

Mas tu ladras, comunicando

E eu farto de te ouvir ladrar

Quando vês alguém em tom eufórico, nada brando

Alertas os outros para o que se está a passar

 

Á noite, quando la luna aparece

Gostas sempre de meter um au au

Nem que os vizinhos na cama que apodrece

Estejam deitados, depois de um provável dia mau

 

Cão, que irracionalmente segues o teu caminho

Por vezes em donos piores que a tua alma

Que se fazes algo , perdem a calma

E tapam-te logo o focinho

 

Cão, o homem dos animais

Que é mais dócil que outros seres tais

Capazes da pior maldade da sua espécie

Só para não serem chamados de angelicais