Hoje é sábado
Dia de beber o mundo
Dia de regurgitar toda a tristeza da semana
Dia de sermos nós, poderosos do profundo
É dia daqueles que não fazem nada
Ou daqueles que pelos cargos sociais fingem fazer
Mostram ao mundo a sua escala
Sendo o que não são para se entreter
É dia dos alapados do sofá
Da política, como sempre, cantar mais baixinho
Mas esses que se fartam de cantar vão para outro lado
Só para serem perseguidos pelo caminho
É dia de sermos pobres, alguns desempregados aumentam por cá
Como se já não bastassem os empregos
Há sempre alguém que já, pensando na semana
Aproveita se do declínio dos gregos
É dia de haver prostitutas
Pagas pelo “oh sim” da clientela
Que sem fugir, atadas com trela
Fazem os gostos dos mais ricos
É fim de semana, olé diria eu
Mas com tanta pouca vergonha no mundo
Até mesmo um camafeu desocupado e desleixado
Vive a pensar que já foi plebeu