28 novembro 2012

O vento chama, o que parece não ouvir

O vento chama o que não ouve chamar
A força reclama ser ouvida
O ser humano geme pela vida
De sentir o frio a arrancar

O sol ilumina mas não serve
O vento quer atenção
Por muito que a natureza preserve
Ouvir-se é obrigação

A cidade não deixa
Há muito ruido descontinuado
Carros na rua, barulho truncado
Que diz ao vento que a sua força não chega

A voz do vento fortifica
Que frio! Diria eu
O que não se sabe nem explica
É a quem o vento chama sem ser plebeu

A paisagem conhecida faz o vento
Aumentar sua força com as horas
Sem ter medo e fugindo ao relento
Caem as folhas calmas e levantam-se as auroras

Ao menos não chove
Há melros e pombas no chão sobreviventes
Algumas assustadas pelas gentes
Que veem no frio o passar das horas