Sinto me fraco
A emagrecer
Como num buraco
Sem ter que fazer
A olhar para o caco
Da minha vida a ser
Pobre
Quero comer!
Sinto-me homem
Com fraqueza de ser
Meus órgãos se consomem
Pra sobreviver
Meu olhar só muda
Para pedir ajuda
Pra não morrer
Quero viver
Sinto-me pobre
Sem ter o que comer
Meu sorriso mostra
A minha pobreza imposta
Sem puder escolher
Estou em Gaza
Onde a pobreza passa de casa em casa
Onde não há nem um pacote de massa
Onde a minha vida se torna raza
Onde o infinito é incerto e a luta passa