Tu, Flor, não fiques desconhecida
Tens na Alma amor que te vale pela vida
Deixa as asas voar e mostra quem és
Verás que o mundo não é tão estranho
Que a tua beleza sentimental compensa o empenho
Do ser rejeitado no mundo
Fechado em si
Afastado por ti
No nosso Porto azul e imundo
Quem te lê percebe o bom coração
Que escondes dos outros por violência
Teclas com consciência
De alguém que tem no mundo desgostos que não hão de curar
Sabes flor, fazes rir
Tens o teu ser no sitio certo
Estás triste que quando o coração aberto
Só houve facas que te mostrassem
que por mais amor que tentassem
Tens um corpo secreto
A tua cara não corresponde ás tuas intenções
A tua alma fecha-se de incompreensão
Tens que dar ao mundo o seu perdão
Pois toda a gente quer ser sua Majestade
E fornicar completando o dom da sua hereditariedade
Eu venero-te , miúda
Porque o essencial é invisível aos olhos
Porque ser invisível no mundo dos vivos
Traz por toda a vida incentivos
Que saberás escolher a quem mostrar quem és
Nada temas , aqueles que agora te insultam
Outrora cairão a teus pés