Desenhei em tempos um ser
Tão forte e contrastante
Que duvido ser eu mesmo
A falar pelo seu ouvido
Sei de um ser
Cuja voz mata á distância
Cuja palavra ignorância
Existe em duplo sentido
Ser ou não ser eu
Quantos mais?
Poder navegar por temas desnaturais
Para saber dizer deles o que fui eu
Criar, da mais pura palavra, a critica irreversível
O som que um trovão não cala (por ser mau demais)
A fuga a uma juventude infalível
Que se destrói não existindo nunca mais
Quem sou eu se não o próprio
Lembrador da critica mais apetecível
Para dar a este ser temível
Ser inventado pelo ópio