06 setembro 2015

Refugio-me de ti, guerra (Discurso entre um refugiado e um europeu)

Refugio-me de ti, guerra
Quem sabe talvez, em outra,
Para mostrar que estou vivo
Para pedir socorro e suplicar por abrigo

Refugio-me de ti, guerra
Para ir além mar
Fugir do "fado" que me espera
Se eu cá presistir em ficar

Refugio-me de ti
Apenas por saber
(Que) a Europa prometida
Tem terreno pra me acolher

(Interrompido espantado)

Será que tem?
Mais tarde saberás
O caminho para o El Dourado dificil é,
Sobreviverás?

(-A quê? ,Pergunta ele calado)

Nos dias que  vão chegar serás tratado como lixo
Serás mancha negra na fronteira
Serás engolido pelas águas da travessia
Que não vêem em ti força de epopeia

Depois , olhar-te-hão como corja
Como promissor terrorista
Terás que mostrar valor humano
E sobrepô-lo á tua nacionalidade categorista

O El Dourado que tu vês mata homens
Pelo simples racismo de identidade
Serás um perigo para a sociedade
Só por te verem como refugiado

Mas eu...(Pensa ele)

Não tenho culpa de ter nascido na Síria,
De ser educado no irão;
De ter com bombas nos ouvidos crescido
Sem me como humano terem conhecido
Tende perdão (de mim) .

(E1ntretanto o europeu reconhece)

Como ser europeu eu te aplaúdo
Por a mim me tentares convencer
Serão precisas mais do que palavras pra poderes ser
Visto por todos do meu lado

(Mas obrigado, teres me escutado)