19 julho 2011

Conselho ao poeta

 

Poeta, daqui eu,

Não mais que ninguém

Te dou alguns conselhos

Para que a tua obra flua bem:

 

Não interessa a forma como escreve

Pouco valorizo o sistema rimático

Um poema é como um fumo vulcânico

Deve ser livre de forma e estrutura de acordo com o autor

 

O poema é mágico em tudo o que retrata

Deve ser puro como o seu criador

Não é precisa proteção inata

A sua força revela o seu verdadeiro esplendor

 

Quero que o sintas, que te envolvas

O poema e tu devem ser um

A mensagem codificada ou não que ali tratas

Deve ser lida e sentida como nas relações és tu

 

Não há que ter medo de criticar

O poder do poeta vem do real

O sentimento acaba por se tornar aos outros quase fatal

Quando escreves sobre algo que os insulta

 

Não há que ter medo de sentir

A fúria numa manhã alegre

A poesia não foge se deixares sair

A raiva por entre momentos de febre

 

Se for preciso dedicares-te a alguém

Lança a tua alma como uma onda

A poesia deve sair pronta

Para mostrar a todos o que tu sentes

 

Ser poeta não é sinal de medo

Ser só por si é bravura

Mostrar os sentimentos de forma pura

Sem ter medo que o som saia errado

 

 

(Dedico-vos, meus amigos, este conselho ao poeta, para que escreveis com todo o coração, longe de qualquer estrutura apenas para que a obra saia pura)